sábado, 14 de maio de 2016
13. O Homem Detrás Do Microfone
O Homem Detrás do Microfone
Não importa pra onde se olhe
Em todo lugar em que haja
A vida, livre como deve
Surge alguém em busca do controle
Tanto faz estar no templo
Em todo espaço em que tenha
O infinito pra vagar o espírito
Surge alguém pra manipular a catarse
E de boa fé, nossa psique
Se perde tentando entender sua exegese
Como se fosse possível
Apreender o cosmos em um livro mal traduzido
Como se não nos herdasse o pó
O qual faz parte de cada um de nós
Não importa qual o palanque
Quando ele sobe, todo mundo sabe
Que tudo está igual ao que era antes
Só esperamos que aquela obra acabe
Sabemos a quem o jogo eleitoral serve
O que queremos é apenas liberdade
Como se alguém pudesse governar
As vontades libertárias do povo
Como se das urnas brotasse um mundo novo
Sem quebrar as pernas desse torto elefante.
Não interessa quanto se caminhe
Sentindo a vida na carne
Pra justificar um intelecto de elite
Sempre haverá a universidade
E aí pode até haver quem se anime
Em justificar qualquer desigualdade
Como se o observador fosse mesmo neutro
Quando a vida humana não é mais que objeto
Como se fosse o conhecimento inconteste
E coubesse em portas fechadas, quatro paredes
Em todo qualquer grande palco
Sob o qual haja insano tumulto
Em que a arte transeunte como vulto
Tal estética demanda um salto
Do culto à sociedade do consumo
E nos eleve aos valores mais altos
Pois é como se os outros não tivessem voz
Como se não houvesse liberdade pra vaiar
Como se ninguém mais pudesse cantar
Ou desafinar e desafiar a ordem!
Do mais próximo de deus fique distante
Que a verdade deles o desautorize
Que toda e qualquer elite
Sucumba ao pé da pirâmide
Corte o laço o quanto antes
Com quem dizia do amanhã ontem
Fuja, não deixe que o engane
O homem detrás do microfone
Ouça e lute comigo
Cante e lute ao meu lado
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário